Editora UFABC

Ao abrir este livro minucioso e rigoroso de Luís Falcão, uma das primeiras perguntas que podem ocorrer a leitoras e leitores é: o que leva alguém a investigar a obra de James Harrington, no Brasil, neste momento de ataque frontal aos princípios e valores republicanos? Respondê-la exige paciência e dedicação, esforços que Luís Falcão não se furtou a fazer nesse livro, no qual nos apresenta mais um dos desdobramentos de sua pesquisa de fôlego sobre teoria política moderna em geral e o republicanismo, em particular. O repertório teórico de Luís Falcão sobre esse assunto bastaria para recomendar este livro. Nele, Luís Falcão aplica tacitamente a recomendação de Quentin Skinner e se propõe a olhar o passado como “um repositório de valores que não mais endossamos, de questões que não mais fazemos”. Como historiador intelectual e teórico político, Luís Falcão também está interessado em trazer para o debate certa visão da história, da vida política e da organização do mundo social que, se, de um lado, faz parte de nossa formação, de outro, gera um razoável estranhamento.

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